quarta-feira, 21 de setembro de 2011





Eu não dormia com você, eu não acordava com você, de alguma forma eu estava ali, já sofrendo e já doendo, eu te olhava com os olhos fechados e te beijava com outros olhos abertos.
Estar com você me fazia sentir que você iria embora a qualquer momento e a cada despedida eu chorava a incerteza de você.

Você sempre foi pra mim o amor mais inconstante e extravagante.
Com você era tudo com a alma. Eram orgasmos em êxtase de almas amantes.
Eu não precisava te beijar pra te sentir, você estava sempre em mim.
Eu, sozinha, sou, admito, incapaz de esquecer a sua lembrança na minha vida.
E quando você me olhou, já com lagrimas de outras dores nos olhos, você não conseguiu dizer adeus. Você foi incapaz de ao menos me dar essas palavras da sua voz calma e odiável, você apenas se foi, como alguém que vai em casa tomar banho e volta pra passar a tarde.
Você fez de mim, abusou de mim, brincou comigo, e eu continuo ali, no limite, as margens de te querer outra vez, pois se eu sei que será sempre assim, apenas não quero lembrar.


(Arlene Oliveira)






Ontem a noite, antes de dormir, eu desejei conseguir te tirar do centro dos meus pensamentos. Eu quis com todas as minhas forças te dizer adeus e te deixar ir embora das minhas lembranças. No meio desses apelos, eu adormeci, e antes que percebesse que era apenas um sonho, você chegou, me abraçou, beijou os meus lábios demoradamente enquanto apertava meus ombros e me pediu para termos o nosso melhor momento. 
 Você estava com a barba por fazer e uma blusa branca com riscas verdes; Entre seus beijos e afetos, eu mesma comecei a tirar a minha roupa e você a sua, e nós nos amamos demoradamente, uma eternidade de saudades. E eu sentia QUE ESTAVA TE DEIXANDO, você sussurrava qualquer bobagem ao meu ouvido, enquanto eu te pedia pra ficar em silêncio. Quando nosso prazer infinito terminou, nós nos abraçamos novamente, com a respiração ofegante e lagrimas de vida própria,  eu não consegui te dizer adeus, apenas te pedi para ir que eu já não sorria com a sua lembrança. Você olhou nos meus olhos e me disse que iria, que seria melhor para nós dois, e entre um beijo e um adeus, soprou algo que soou como "Estamos livres, nos amamos e sentiremos saudades, agora, apenas vamos embora, você será como o rio, jamais mergulharei na mesma água, pois se já senti, já se foi".
E eu fui te deixando ir, e te olhando distante, sem dor alguma, apenas conformação...


                                        (Arlene Oliveira)

sábado, 17 de setembro de 2011



Hoje é um daqueles dias em que eu diria, mais uma vez, sem medo de me arrepender, que eu amo você.

                              (Arlene Oliveira)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011




Estou enlouquecendo. Sem rabiscos. Sem negrito. Sem melodias suaves ou lágrimas mudas. Apenas eu, imóvel em minha cama, olhando o teto, enchergando lembranças, mastigando tudo por dentro, piscando devagar, quase indo até você...
 Queria, as vezes, em momentos assim, poder te ligar, sem precisar olhar as horas ou colocar inibido no celular e só te dizer o lugar. Vêr você, fazer qualquer coisa, e pronto. Seria apenas isso. Nada de torpedos ou ligações de bom dia.
 Você só serve assim.
 Não é do tipo que gosta de ser bem amado, não está acostumado. Você só sabe ser sentido. 
 Bem simples, te sentir mas não te amar.
                                   (Arlene Oliveira)

quarta-feira, 20 de julho de 2011




Eu me refiz mil vezes, me adaptei a cada situação e fui me diminuindo. 
Eu sou o furo do meu sutiã favorito, sou essas palavras rabiscadas nesse caderno que serve como diário.
Eu sou a cólica que sinto todo mês, sou a palavra amarga de quem me ama e me machuca. 
 Sou uma formiga desesperada tentando sair do circulo de detergente. Sou um pássaro preto tentando fugir da gaiola, e sou também o que voa livremente.
Sou aquele texto triste que li e relacionei comigo.
Sou a paixão que confundi com amor e o amor que vivi como paixão.
Eu sou o meu grito a beira do Ipiranga que corre aqui dentro de mim. Sou a lagrima triste e a alegre que escorrem dos meus olhos.
Sou o cheiro do meu perfume favorito, sou o meu quarto arrumado e desarrumado cada semana de um jeito diferente.
Sou um rio.
As vezes eu nado em mim, eu flutuo em mim, outras vezes me afogo e me jogo uma boia, outras, eu curto a água transbordando aqui e a falta de ar me invadindo, e tem momentos ainda, que eu simplesmente prefiro ficar as margens.
Eu sou feita de extremos.
Sou cheia de momentos.
Escondo a minha fragilidade quase sempre, exceto quando cuspo toda ela.
Eu sou uma a cada dia. Todas as noites, antes de dormir, dou adeus aquela que adormecerá.
  
                             (Arlene Oliveira)






Caem-lhe as folhas todas as manhãs; E lhe é esperado sombras, belezas e as vezes frutos.
Não é permitido sofrer pela troca das folhas, as que secam se vão,  e no lugar umas verdes vem.
Essa é a lógica da vida, se é que ela existe.
Eu sou como uma árvore, e tenho folhas- as minhas folhas são pessoas, sentimentos, ideias- em algum momento elas secam e eu não preciso arranca-las de mim, elas se vão.
E nascem folhas verdes em mim, elas um dia secarão também, não importa o quanto eu regue e cuide, elas secarão, e ainda que queiram estar por perto- rodeando o meu caule- o vento as leva.
Idas e vindas, chegadas e partidas, caem-lhe as folhas todas as manhãs.
    
                                           (Arlene Oliveira)

quinta-feira, 14 de julho de 2011



Sonhar não é apenas com os olhos fechados. Pois, meus melhores sonhos, os tive olhando pra você.
         (Arlene Oliveira)

segunda-feira, 4 de julho de 2011





Acho que a dor do meu coração não passa, porque eu adoro cutucar a ferida e tirar tudo que consigo dela.
Talvez fosse o caso de pôr um band aid!


 Tudo que me atrai em você é o que repele qualquer outra mulher que te olhe.
O seu jeito de achar que eu gosto de você falando palavras soltas durante o sexo.
O seu rosto manchado.
O seu cansaço.
A sua falta de ritmo.
Quer saber? Eu não entendo porque, detestando tanto você eu só sei te querer.
Talvez se você não me perguntasse se eu estou feliz, pensando que sua presença é tudo pra mim- não é- eu te quereria menos.
Você seria mais util calado, imovel.
Nojenta essa sua boca de palavras submetidas.
Eu não gosto de você. Nunca gostei.
Importante pra mim, foi o jogo de estrategia.
Pois, sabendo de mim o que sei, se amasse você, não desistiria assim.
Você foi pra mim, uma partida de xadrez.Eu perdi e não quero arrevanche.
Porquê? 
Prefiro a lembrança de uma partida bem jogada, a uma vida inteira jogando, correndo o risco ainda, de enjoar do tabuleiro.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

       


Eu caminhei por varias ruas, sem fixar o olhar em nada, repetindo silenciosamente "Seja superior, não aceite". Em nada adiantou.
Não tive forças para me impedir de te mandar um torpedo seco, com aquele tão somente "sim".
 Você não mudou nada, devo comentar. Continua andando meio torto, balançando o corpo todo, o seu olhar ainda está cabisbaixo, como se toda felicidade fosse pouca ou se só metade sua estivesse ali.
 E, não posso esquecer das suas mãos, você ainda as encosta em mim sem saber até onde ir.
 Achei que não conversaríamos mesmo. Nós 'malmente' conseguimos nos olhar.
 É como quando a gente está com tanta sede, que bebe água com os olhos fechados. Parece que é mais gostoso.
 Você me abraçou, e , sem dizer palavra alguma, desabotoou os botões do meu vestido marfim tomara que caia. Me afastou de você para olhar meu corpo, e com um olhar que diz "Saudade de te chamar de minha", beijou cada curva, acariciou cada detalhe, enquanto eu, saindo da minha paralisia nervosa, tirava tuas roupas, tentando, em vão, demonstrar frieza diante de você.
 Não deu tempo chegar até a cama, você me ergueu presa ao seu corpo, me encostou numa bancada daquele quarto que parecia ser seu, e ofegante, num movimento que vai e vem- como você- me fez sentir como é bom, atrapalhado e breve estar com você. Foi só isso.
 Você não foi capaz de me dizer uma palavra. Os nossos corpos se combinam, mas nós não falamos mais a mesma língua.
 Talvez o nosso prazer fale mais do que qualquer palavra bonita.
 Sejamos sinceros, você gosta de olhares, já eu, prefiro as palavras, e você nunca foi muito bom com elas.
 Você sempre preferiu dar um abraço apertado, a dizer um "eu te amo" ,amarrado.
 Sendo assim, foi bom e foi o fim. Adeus.

               (Arlene Oliveira)

terça-feira, 10 de maio de 2011





A vida é uma só, temos que aproveitar.
 O nosso destino e sucesso nos pertence, portanto só nós podemos molda-los.
 A felicidade não é algo palpável ou comprável. Ela dança a nossa frente, convidando-nos, com as mãos estendidas, a "valsiar", e nós não percebemos e a deixamos lá, esperando, porque as nossas mãos estão ocupadas, sobre nossos olhos. Temos que nos permitir;
 Nos permitir dar adeus a um amor quando ele for embora; a dizer olá, sorrindo, quando um novo amor aparecer; sentir a felicidade percorrendo nosso corpo; Fazer tudo em nome de quem se ama; Loucuras fazer por achar que ainda há esperança; Cair com força e de cara, pra aprender uma lição; Chorar soluçando quando machucarem nosso coração; Comer uma caixa de chocolate, quando na verdade se precisa de um corpo colado; Gastar tudo num momento de devaneio e se arrepender, 10 minutos depois; Dormir uma tarde inteira pra recuperar o fôlego; Dançar uma música cafona cantando alto e se sentindo o máximo;  Apelar pra Deus quando sentir que o espaço dele está pequeno; Dizer eu te amo, fingindo que não está com vergonha; Beijar alguém do jeito que imaginou vendo num filme romântico; Sentir raiva de um amigo, e esquecer, assim que conversar com ele; Fazer uma caridade e criar planos de ter uma ONG; ir no show de um grande ídolo, gritar descontroladamente e se sentir extasiado de alegria; Mandar alguém que ta te enchendo o saco pra "casa da zorra"; Chorar vendo um filme; Tomar banho de boné; Cair e rir; Possuir o mundo num sonho; Se achar bonito e passar horas se olhando no espelho; SER FELIZ!
 Só eu posso estar no volante da minha vida, ainda que não saiba dirigir!
                                                           (Arlene Oliveira)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

                                                                                                     Banksy

Tem pessoas que passam por nossas vidas, que por mais especial que tenha sido, por mais felicidade que tenha trazido, um dia, partiram, e quem fica, sofre feito criança, quando perde um ursinho de pelúcia, uma dor passageira e impotente. E eu senti isso. Com minha intensidade louca  o meu amor doentio. E eu achei que o sofrimento ia ser tão eterno quanto não foi o meu romance, porém, não surtei, me mantive o mais sobria e distante que pude. Pra sobreviver.
 E depois do período de luto, percebi que o meu defunto estava mais vivo que nunca e que eu - toda minha a culpa- me fechei no escuro, antes de enterra-lo longe do meu coração. Sem me permitir contatos, juntei forças e  coloquei a lembrança dele no fundo da ultima gaveta de mim, na esperança de voltar a ser feliz. Mas, eis a minha surpresa, um fantasma que me assombra. Uma imagem que me toma. Depois de tanto lutar, não é agora que vou me entregar, esta é uma briga com minhas lembranças, que mantenho longe do meu coração, ele não suportaria mais sofrer, ainda nem cicatrizou por completo- da ultima vez que caiu, se machucou bastante- e eu não saberia mais como me defender.
 Então, o seu fantasma estava lá, olhando pra mim e gritando, sorridente, que a vida continua,e  que a unica vida que vai acabar, é a minha, se eu apenas permitir. Você me violenta com sua tranqüilidade, me estilhaça com sua capacidade de seguir em frente, e me obriga, a ter odio de mim, por não te repudiar.
 Você deveria estar no meu passado, querido fantasminha, não no meu presente, roubando de mim, a felicidade que eu consigo ter sem você.
 Se eu pudesse, não te veria nunca mais, e apagaria seu olhar, seus carinhos e suas palavras interessadas da minha memória , e eu esqueceria que você rabiscou a minha historia.
 Você está, sim, em meu passado, querido, o presente fechou as portas pra você, não quero mais você correndo solto por mim.
                                   (Arlene Oliveira, 2010)
       
       
Tudo que fala de mentira sincera, de abandono doce, de dor e amor, me faz lembrar você.
 Você foi (e é)  na minha vida o amor sincero, sem duvida alguma, até mesmo o seu abandono a mim foi de coração.
A parte em mim que você ocupa, é pequena, e ainda tem muito a diminuir. Eu ainda penso em você, eu ainda sofro quando lembro, e eu ainda imagino como poderia ser.
 Você colocou degraus a minha frente e me ajudou a subir, me segurou pela mão e me fez sentir, em cada degrau, que minha felicidade sempre aumentaria, mas depois, com todo amor e carinho que poderia haver, você foi me empurrando aos poucos (talvez sem querer causar dor) degrau por degrau, enquanto a felicidade se esvaía de mim.
 Você não me fez sofrer querido, não fez, você apenas me deixou como eu era antes, levou até mesmo as palavras que me disse..
 E o que mais me deixa dilacerada, é que meu coração não se comportou como deveria, e eu ainda consigo lembrar de você com tanto amor...
 É algo que eu não sei explicar, talvez no fundo desse peito imbecil, ainda haja, de forma impossível, uma pequena chama de esperança.
    (Arlene Oliveira, 2010)


Corações feridos custam a sarar.
Não existe ditado popular que diminua a dor.
O nosso coração não tem a opção formatar, no máximo excluir, jogar naquela lixeira que fica logo ali, esperando o clique no restaurar.
As emoções não se apagam de nós.
Nós é que nos apagamos delas.
     (Arlene Oliveira)

Aqui o link do blog do meu irmão, tão poeta quanto eu.. rsrsrsrs 

domingo, 8 de maio de 2011

   


Entenda, meu bem, eu ainda amo muito você e sinto falta do calor frio que você me causava. O problema é que você pegou a nossa história, todo o nosso amor, e jogou não sei onde. Não me arriscaria a construir tudo outra vez, para depois as suas questões destruirem cada detalhe.
 Você pra mim é um risco muito alto.
 Como apostar um valor no cassino, correndo o risco, ainda, de se tornar viciado.
 Eu ando tomando muito cuidado com você.
     (Arlene Oliveira)


Não é desistir dos sonhos, é, apenas, mudar de ideia.
Facilitar as coisas.
             (Arlene Oliveira)


Eu não te reconheceria -não mais- você já tem a forma da minha imaginação.
   (Arlene Oliveira)
       Foto:Banksy


É que eu ainda acho que não vou amar mais ninguém.
Isso me trava toda.
                                                  (Arlene Oliveira)

sexta-feira, 6 de maio de 2011




Péssimo, é essa sua falta de coragem de mergulhar até onde te falta o ar.
                             (Arlene Oliveira)
                                  Foto: Banksy


Talvez o amor que seu sinto por você, seja como a cólica que eu tenho todo mês.
 Eu sei que vou sentir sempre, que alguns remédios vão aliviar e que, mesmo que ela pareça sumir por completo, sempre vou voltar a senti-la.
 E, o mais importante, as vezes, no meio da minha dor gritada, chorada e gemida, eu respiro fundo, e nos segundos em que inspiro, percebo que a dor passou, só o choro ficou, e expiro o ar, aliviada, já enchugando o meu rosto.
 Nenhuma dor é tão permanente que não dê uma folga.
 Ainda quem sabe, um dia, ela vá mesmo embora.
                                          (Arlene Oliveira)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

                                              Foto: Banksy


O problema é que a metade do mundo acha que o amor passa, esfria, ou não acontece.
 E, nada disso é verdade.
 O amor toma a gente por inteiro, ocupa todos os nossos espaços, e  memória nossa não larga, jamais, essa sensação de amor.
 Por mais que a gente insista em esquecer, nem que seja entre nós e o travesseiro, ele existe sim.
 E fim.
                                Arlene Oliveira.


Você estava usando aquela blusa branca, com riscas verdes e botões na frente. Veio caminhando em minha direção- livre de disfarces e segredos- e me beijou, como se isso fosse a unica coisa que desejasse para sempre.
E eu senti tanta segurança, como se ter você naquele momento, me bastasse, mesmo não sendo algo permanente.
Enquanto você me beijava, aquele beijo eterno, eu sentia já o seu adeus, mas, dessa vez ele não existiu. Acordei, com um telefonema, que não era seu, antes de você partir.
 E, mais uma vez, vivi aquela nossa historia interrompida. 
                                                                                                                                              Arlene Oliveira

segunda-feira, 18 de abril de 2011



O seu time ganhou o jogo de hoje.
 Sabe que eu assisto a todos os jogos, imaginando, com loucura, que isso te aproxima de mim.
 Talvez se eu estivesse com você, ficaria feliz ou triste, de acordo com o resultado do jogo.
 Hoje estaríamos felizes, histéricos talvez.
 Pode ser que você nunca volte pra mim, mas a sua lembrança estará sempre aqui.
                                                                                          (Arlene Oliveira)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

 
Reviver.
            Relembrar.
                             Ressentir.
                                            Remoer.
                                                       Redoer.

domingo, 3 de abril de 2011

Me perdoe todo esse tempo de suspiros.


A minha falta de coragem e o fato de eu não aceitar que você ta bem e que as coisas passam, meu amor.
Eu não sei ser assim.
Se vou chorar, eu sinto tudo durante o meu drama de gritos e caretas, não guardo nem uma raivinha pra curtir depois.
Nunca me disseram que essa vida é assim. Que tem pessoas- como você- que conseguem fazer a gente sentir coisas incriveis e partir, simplesmente pq curtiu, foi bom, adeus.
As suas palavras me mastigam toda.
Você não deveria ter feito isso.
Foi muito errado aquela quantidade de susssurros, se não tinha emoção nenhuma- sim, pq não estou tratando de tesão-.
É inutil lembrar.
Eu quero apenas que você saiba que eu já gritei, chorei, me arrependi, me senti idiota, mas que agora, só me restou uma vontade gigante, de seguir em frente.
A dor de ter perder, foi embora junto com você.

  (Arlene Oliveira)

Eu não posso encontrar com você.
A gente se repele com a mesma força que se atrai.
Da choque.
Seja de ideias ou de corpos.
Eu não quero você.
Não me atrai o que você fala, ou o que você é;
Basta pra mim, o seu suor, as suas mãos, a sua anatomia, e a sua boca- vazia de palavras e no volume máximo de sussurros...-.
É que a gente só se repele com roupa, amor.

   (Arlene Oliveira)
Talvez o que seja mais bonito nisso tudo é a ausencia de corpos encostados e respiração ofegante.
É esse amor calado que sobrevive apenas com olhares que mais me tira do sério.
Eu não quero só olhar você. Eu quero preencher essa pureza toda com a nudez dos meus sentimentos, e te olhar, mais de perto, quase entrando em você que estará dentro de mim.
 Não sei sobreviver assim, com essa quietude e essa inexistencia de gemidos.
Eu fui feita pra gritar, querido.
Não aprendi a mexer com o meu corpo em vão.
Diga agora que quer isso também.
E venha comigo...
  (Arlene Oliveira)


Todo mundo tem uma dorzinha do passado, uma lembrança guardada, e, talvez até uma saudade lá bem no fundo do peito, tão fundo que por vezes passa despercebida.
 A gente só vive assim, Amando, buscando, se machucando e se reerguendo.
 As pessoas nos machucam, as coisas e até nós mesmos nos ferem o ego, a alma, a calma.
 Saber viver sem amor, é se esconder.
 Existem coisas particulares nossas, tão pessoais e dolorosos que  gente mesmo esquece. E, as vezes, lembra, subitamente, quando olha pra alguém ou sente um cheiro.
 Embora tão previsível a nossa vida, o bom é que a sorte e o dedo de Deus podem mudar cada segundo e nos dar e tirar varias lembranças.
 O que vale é não temer.
 É dar tchau só quando estiver pronta pra ir embora.
 Não atropelar os sentimentos de ninguem.
 E prestar muita atenção, que o nosso coração está sempre nos dando uma dica.
   Arlene Oliveira


Eu andava mesmo colecionando derrotas e me mantinha em black e White, talvez para me defender das cores todas.
 Bastou um olhar seu, para colorir meu eu.
 Eu não estava acostumada com essa felicidade toda. E fugi. Fugi com medo do que você já estava me fazendo sentir e das cores que você colocou em mim, com aquele olhar rápido de quem está procurando alguém pra fixar a vista.
 Mas sempre me disseram que amor e dor não rimam por acaso e que olhares assim- como o seu- enganam corações fechados.
  Quando o amor quer acontecer, ele brinca com a gente. Primeiro é essa falta de palavras e o receio que a gente tem, antes do começo, do fim. Com nós dois, não foi diferente. Lembro de você, todo decidido, vindo falar comigo, e eu, na defensiva, não consegui olhar os seus olhos.
 Você não conseguiu desistir de mim e eu, sentia, loucamente, que não deveria afastar você.
 Todo o meu recuo e a sua coragem, foram nos aproximando, e nós, nos apaixonando.
 Olhando assim, daqui de fora onde estou, o amor não acontece de repente, talvez por acaso, mas sim, gradualmente, é como uma fogueira que você vai colocando lenha, no começo só para ver crescer e, depois, pra manter acesa.
 Eu fui me livrando da minha 'exitação' e nós dividimos os nossos sonhos.
 Existem amores que foram feitos pra durar.
 Cada palavra que você me dizia, era como se fosse álcool para aquela fogueira (lembra?).
 No começo eu achava que você mentia pra mim, mas você era e é sempre tão sincero.
 Tem gente que acha que a gente não deve mudar por amor. Pois, eu, mudei sim por você. Perdi todo o meu medo de me machucar, de perder o ar, de me arrepender e de colorir as coisas.
 Você me faz bem.
 Você me leva aos extremos.
 E, sempre que lembro do começo, do seu olhar, eu sei que, sim, só pode ter sido mágica.
 Duas vidas podem se tornar uma, sem deixar sonhos para trás e abafar vontades.
 E quando você me beija, me abraçando e me amando na sua respiração, é que tudo muda de cor. Você sabe perfeitamente que o contato dos corpos tem que ter calor, respiração e olhares.
 E eu não tenho medo de te perder.
 O medo é a falta de magia.
 E com você, meu amor, isto é inutil.
 Eu gosto da claridade de estar com você.
 Gosto do seu abraço quente e calado.
 Da sua sinceridade, quando diz que quer passar uma tarde sozinho e o outro dia comigo.
 Gosto da purpurina e das cores da nossa historia.
 Eu gosto, amor, de você ter me libertado.
 Da ausência de dramas e dores.
 Que algum dia doa, mas que antes, arrepie, despentie, taquicardie...
 Afinal, a vida é isso, uma coleção de lembranças.
    (Arlene Oliveira )


Sobre bares e esquinas
Eu tenho plena certeza de que foi você, de que era sua, a respiração do outro lado da linha.
 Parei naquela esquina, pronta pra virar a rua impedida pela faísca de sua presença em minha vida. Aí foi a minha vez de parar você, na porta do bar do esquecimento, te presenteando com a minha respiração.
 Certamente ganhamos, os dois, viagens. Seja uma rápida pela madrugada em que você chorou no meu colo e tentou ser sincero assumindo ser fraco diante da minha força, ou talvez, um tour, ao nosso redor, no passado mais distante que temos agora, uma tarde vendo filmes sobre pequenas bees.
 Sabe o que me custa um sonho? Um dia sem paz.
 O dia que sucede o sonho é ausente de coração tranquilo.
 Eu desço até a cozinha, bebo um copo d'água empurrando goela abaixo, a cada gole, uma parte do teu adeus.
 Vou até a sala, ligo a tv, talvez eu pudesse rir e esquecer, mas o programa que está passando me trás, em caixa alta, a falta que você me faz.
 Ir até a rua não me ajudaria. As pessoas todas se parecem com você.
 Então eu volto pro meu aconchego e então, ali, eu tenho você outra vez, de olhos fechados.
 Afinal, você está aqui o tempo todo amor, basta que eu te imagine.
  (Arlene Oliveira)

Você me deixou sozinha. O gosto do abandono ainda está aqui. E cada vez que me perguntavam, eu inventava uma historia. Não me transformei na que colocou o ponto final, mas diminui o tamanho do teu desprezo ao me deixar, sem ter coragem de olhar nos meus olhos e falar que estava indo embora. Você me fez interpretar as suas costas e o seu silêncio.
 Eu não te perguntei o que você tinha feito com o nosso amor. Teria sido me humilhar demais falar algo, afinal, eu choraria, portanto, engoli em seco.
Estralei os dedos, olhei as minhas unhas,te beijei mais uma vez pra não esquecer o gosto que você tinha, e só então, eu percebi que não conseguiria manter-me resistente. Eu desmoronei. Não tentei fingir que não estava com dor e medo e falta já.
 Você em mim é maior que o meu controle sobre a parte que quer você.
(Arlene Oliveira)

Acordei bem tarde e desejei dormir mais, a unica coisa que nos resgata do belo sofrer que a gente da de comer.
 O dia não me prometia nada, e eu, ainda sonolenta, me senti pesada. Como se eu tivesse, durante todo esse tempo, acumulado sentimentos, abandonos e palavras em mim. E isso só pesou insuportavelmente, hoje.
 Caminhei tonta a manhã inteira, de um lado pro outro em busca de algo que talvez diminuísse a minha agonia.
 Pensei em tudo que me deixou assim, lembrei de coisas que o amor me deu e, dolorida que estava, adormeci outra vez.
 Como se tivesse pedido a Deus, - Ele sabe de todas as coisas- tive tudo que precisava. Um esvaziamento de alma. Revigorando forças.
 Hoje eu renasci. Diminui a minha carga. Mergulhei no velho e ressurgi no novo. Perdi o ar. Achei o ar. Me libertei. A piscina da minha vida, me trouxe a tona- OUTRA VEZ-.
   (Arlene Oliveira)

Sempre uma pessoa sofre. Não existe essa de "se o amor é verdadeiro não existe sofrimento", porque amor, embora seja dois corpos, antes disso é um.
 E quando se ama e não é amado? O amor só é verdadeiro se for correspondido?
 O amor é um sentimento que você dedica a alguém, se ele volta pra você ou não, não importa, ainda assim, sairá de você.
 O amor é benigno, sim, o amor se alegra com o ser amado feliz e entristece-se, ao mesmo tempo, com o ser amado feliz- SEM A SUA COMPANHIA-.
 E quando se é correspondido o sofrimento existe também, porque sozinhos temos problemas, juntos apenas dividimos.
 Com dor ou sem dor, verdadeiro ou não, não temor que temer o amor. Nós somos o próprio amor.
 E a nossa vida será sempre essa: amar.
(Arlene Oliveira)

Existem ao redor dos meus pés, correntes que eu mesma coloquei . São correntes de medos, pudores, receios e amores.
 Eu folgo ou aperto, mas ainda não as tirei.
 Um dia eu pulo fora, pra saber como é viver aqui.
  (Arlene Oliveira)

Eu permiti, por um longo tempo, que você fosse o motivo da minha tristeza e falta de amor próprio. Mas a culpa não foi sua. Você não tirou de mim nada que fosse meu, você apenas levou consigo, tudo que me deu.
Eu sou feliz sem você, mas não é a mesma felicidade. Entende?
  Arlene Oliveira
    Para Arlone
A saudade dói feito dor de cabeça.
Quando você pensa nela, pinica e martela.
Quando finge que esquece, amansa e adormece.
   (Arlene Oliveira )
Essa noite eu queria sonhar com você.
 Um sonho bonito, daqueles que a gente acorda com dor por dentro por saber-se sonho.
 Nele, você só por saber que eu me sinto mais segura assim, beijava minha testa antes de mais nada. E dizia que me ama, embora não esteja na minha estrada.
 Você prometia estar sempre por perto, e no final, me abraçava bem forte- aquele abraço quente, apertado, que leva a gente pra um outro lugar qualquer- e eu não sentia clima de despedida. A gente se amava, pra que a lembrança mais duradoura fosse a do prazer humano de dividirmos a cama.
 Afinal, eu amo você e o que você me proporciona-ria-va.
Arlene Oliveira

Em cada gesto meu revivo um instante seu, porque com você fui eu. E isso me dói toda vez que bocejo ao acordar ou quando jogo água pra cima no banho.
 Você está em mim, sempre que acordo no meio da noite para beber água, porque eu continuo sendo do mesmo jeito de quando tinha você.
 E sempre que o meu celular toca eu é quem vibro (em vão) achando que poderia ser você.
 Eu não sonho com você, eu vivo você. Os sonhos são demonstrações do inconsciente não é mesmo? Acontece que você está no meu consciente.
 Não acho que haja culpa nessa historia. Talvez nós dois erramos, acertamos ou simplesmente, o fim chegaria de qualquer maneira. Eu vivi os meus caprichos e você tentou se libertar de velhas prisões. Porém, os meus caprichos não me acorrentaram e nem me pediram pra voltar.
 Não pense que a vida acabou.  Nós somos preparados – ou não- pra o fim das coisas.
 Às vezes eu fecho os olhos, escuto uma música e você dói em mim outra vez. Eu sinto você, vindo em minha direção naquela rodoviária de promessas, você segura minha mão, com sua bolsa de trabalho do lado, e eu, perdida que estava me encontro quente no afago da tua mão. E o nosso final de semana, melhor não poderia ser, nós dois, num quarto de hotel, guardando olhares e fabricando lembranças pra mais tarde curtir a dor.
 Sinto como se o tempo não tivesse passado. Eu fui capaz de colocar teu nome na frente do meu,  porque antes de ser eu, me tornei o amor que sentia por você.
 Falei varias vezes ao meu coração que não amaria mais ninguém. Que não me arriscaria outra vez. E que a minha chance do final feliz já tinha passado.
 Mas um dia a gente se pega amando um outro alguém, pra perceber que não se ama uma vez só.

  (Arlene Oliveira)



O meu sonho é dizer eu te amo para alguém, sentindo dores de medo de me arrepender, tremendo de nervoso por estar  perto dele, os olhos brilhando pelo carinho dele, coração acelerado do querer, e, ouvir calmamente, inacreditavelmente “Eu te amo mais, meu amor”, e não sofrer, jamais, por isso.
Arlene Oliveira