domingo, 3 de abril de 2011


Sobre bares e esquinas
Eu tenho plena certeza de que foi você, de que era sua, a respiração do outro lado da linha.
 Parei naquela esquina, pronta pra virar a rua impedida pela faísca de sua presença em minha vida. Aí foi a minha vez de parar você, na porta do bar do esquecimento, te presenteando com a minha respiração.
 Certamente ganhamos, os dois, viagens. Seja uma rápida pela madrugada em que você chorou no meu colo e tentou ser sincero assumindo ser fraco diante da minha força, ou talvez, um tour, ao nosso redor, no passado mais distante que temos agora, uma tarde vendo filmes sobre pequenas bees.
 Sabe o que me custa um sonho? Um dia sem paz.
 O dia que sucede o sonho é ausente de coração tranquilo.
 Eu desço até a cozinha, bebo um copo d'água empurrando goela abaixo, a cada gole, uma parte do teu adeus.
 Vou até a sala, ligo a tv, talvez eu pudesse rir e esquecer, mas o programa que está passando me trás, em caixa alta, a falta que você me faz.
 Ir até a rua não me ajudaria. As pessoas todas se parecem com você.
 Então eu volto pro meu aconchego e então, ali, eu tenho você outra vez, de olhos fechados.
 Afinal, você está aqui o tempo todo amor, basta que eu te imagine.
  (Arlene Oliveira)

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