quarta-feira, 20 de julho de 2011




Eu me refiz mil vezes, me adaptei a cada situação e fui me diminuindo. 
Eu sou o furo do meu sutiã favorito, sou essas palavras rabiscadas nesse caderno que serve como diário.
Eu sou a cólica que sinto todo mês, sou a palavra amarga de quem me ama e me machuca. 
 Sou uma formiga desesperada tentando sair do circulo de detergente. Sou um pássaro preto tentando fugir da gaiola, e sou também o que voa livremente.
Sou aquele texto triste que li e relacionei comigo.
Sou a paixão que confundi com amor e o amor que vivi como paixão.
Eu sou o meu grito a beira do Ipiranga que corre aqui dentro de mim. Sou a lagrima triste e a alegre que escorrem dos meus olhos.
Sou o cheiro do meu perfume favorito, sou o meu quarto arrumado e desarrumado cada semana de um jeito diferente.
Sou um rio.
As vezes eu nado em mim, eu flutuo em mim, outras vezes me afogo e me jogo uma boia, outras, eu curto a água transbordando aqui e a falta de ar me invadindo, e tem momentos ainda, que eu simplesmente prefiro ficar as margens.
Eu sou feita de extremos.
Sou cheia de momentos.
Escondo a minha fragilidade quase sempre, exceto quando cuspo toda ela.
Eu sou uma a cada dia. Todas as noites, antes de dormir, dou adeus aquela que adormecerá.
  
                             (Arlene Oliveira)






Caem-lhe as folhas todas as manhãs; E lhe é esperado sombras, belezas e as vezes frutos.
Não é permitido sofrer pela troca das folhas, as que secam se vão,  e no lugar umas verdes vem.
Essa é a lógica da vida, se é que ela existe.
Eu sou como uma árvore, e tenho folhas- as minhas folhas são pessoas, sentimentos, ideias- em algum momento elas secam e eu não preciso arranca-las de mim, elas se vão.
E nascem folhas verdes em mim, elas um dia secarão também, não importa o quanto eu regue e cuide, elas secarão, e ainda que queiram estar por perto- rodeando o meu caule- o vento as leva.
Idas e vindas, chegadas e partidas, caem-lhe as folhas todas as manhãs.
    
                                           (Arlene Oliveira)

quinta-feira, 14 de julho de 2011



Sonhar não é apenas com os olhos fechados. Pois, meus melhores sonhos, os tive olhando pra você.
         (Arlene Oliveira)

segunda-feira, 4 de julho de 2011





Acho que a dor do meu coração não passa, porque eu adoro cutucar a ferida e tirar tudo que consigo dela.
Talvez fosse o caso de pôr um band aid!


 Tudo que me atrai em você é o que repele qualquer outra mulher que te olhe.
O seu jeito de achar que eu gosto de você falando palavras soltas durante o sexo.
O seu rosto manchado.
O seu cansaço.
A sua falta de ritmo.
Quer saber? Eu não entendo porque, detestando tanto você eu só sei te querer.
Talvez se você não me perguntasse se eu estou feliz, pensando que sua presença é tudo pra mim- não é- eu te quereria menos.
Você seria mais util calado, imovel.
Nojenta essa sua boca de palavras submetidas.
Eu não gosto de você. Nunca gostei.
Importante pra mim, foi o jogo de estrategia.
Pois, sabendo de mim o que sei, se amasse você, não desistiria assim.
Você foi pra mim, uma partida de xadrez.Eu perdi e não quero arrevanche.
Porquê? 
Prefiro a lembrança de uma partida bem jogada, a uma vida inteira jogando, correndo o risco ainda, de enjoar do tabuleiro.