quarta-feira, 20 de abril de 2011

                                              Foto: Banksy


O problema é que a metade do mundo acha que o amor passa, esfria, ou não acontece.
 E, nada disso é verdade.
 O amor toma a gente por inteiro, ocupa todos os nossos espaços, e  memória nossa não larga, jamais, essa sensação de amor.
 Por mais que a gente insista em esquecer, nem que seja entre nós e o travesseiro, ele existe sim.
 E fim.
                                Arlene Oliveira.


Você estava usando aquela blusa branca, com riscas verdes e botões na frente. Veio caminhando em minha direção- livre de disfarces e segredos- e me beijou, como se isso fosse a unica coisa que desejasse para sempre.
E eu senti tanta segurança, como se ter você naquele momento, me bastasse, mesmo não sendo algo permanente.
Enquanto você me beijava, aquele beijo eterno, eu sentia já o seu adeus, mas, dessa vez ele não existiu. Acordei, com um telefonema, que não era seu, antes de você partir.
 E, mais uma vez, vivi aquela nossa historia interrompida. 
                                                                                                                                              Arlene Oliveira

segunda-feira, 18 de abril de 2011



O seu time ganhou o jogo de hoje.
 Sabe que eu assisto a todos os jogos, imaginando, com loucura, que isso te aproxima de mim.
 Talvez se eu estivesse com você, ficaria feliz ou triste, de acordo com o resultado do jogo.
 Hoje estaríamos felizes, histéricos talvez.
 Pode ser que você nunca volte pra mim, mas a sua lembrança estará sempre aqui.
                                                                                          (Arlene Oliveira)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

 
Reviver.
            Relembrar.
                             Ressentir.
                                            Remoer.
                                                       Redoer.

domingo, 3 de abril de 2011

Me perdoe todo esse tempo de suspiros.


A minha falta de coragem e o fato de eu não aceitar que você ta bem e que as coisas passam, meu amor.
Eu não sei ser assim.
Se vou chorar, eu sinto tudo durante o meu drama de gritos e caretas, não guardo nem uma raivinha pra curtir depois.
Nunca me disseram que essa vida é assim. Que tem pessoas- como você- que conseguem fazer a gente sentir coisas incriveis e partir, simplesmente pq curtiu, foi bom, adeus.
As suas palavras me mastigam toda.
Você não deveria ter feito isso.
Foi muito errado aquela quantidade de susssurros, se não tinha emoção nenhuma- sim, pq não estou tratando de tesão-.
É inutil lembrar.
Eu quero apenas que você saiba que eu já gritei, chorei, me arrependi, me senti idiota, mas que agora, só me restou uma vontade gigante, de seguir em frente.
A dor de ter perder, foi embora junto com você.

  (Arlene Oliveira)

Eu não posso encontrar com você.
A gente se repele com a mesma força que se atrai.
Da choque.
Seja de ideias ou de corpos.
Eu não quero você.
Não me atrai o que você fala, ou o que você é;
Basta pra mim, o seu suor, as suas mãos, a sua anatomia, e a sua boca- vazia de palavras e no volume máximo de sussurros...-.
É que a gente só se repele com roupa, amor.

   (Arlene Oliveira)
Talvez o que seja mais bonito nisso tudo é a ausencia de corpos encostados e respiração ofegante.
É esse amor calado que sobrevive apenas com olhares que mais me tira do sério.
Eu não quero só olhar você. Eu quero preencher essa pureza toda com a nudez dos meus sentimentos, e te olhar, mais de perto, quase entrando em você que estará dentro de mim.
 Não sei sobreviver assim, com essa quietude e essa inexistencia de gemidos.
Eu fui feita pra gritar, querido.
Não aprendi a mexer com o meu corpo em vão.
Diga agora que quer isso também.
E venha comigo...
  (Arlene Oliveira)


Todo mundo tem uma dorzinha do passado, uma lembrança guardada, e, talvez até uma saudade lá bem no fundo do peito, tão fundo que por vezes passa despercebida.
 A gente só vive assim, Amando, buscando, se machucando e se reerguendo.
 As pessoas nos machucam, as coisas e até nós mesmos nos ferem o ego, a alma, a calma.
 Saber viver sem amor, é se esconder.
 Existem coisas particulares nossas, tão pessoais e dolorosos que  gente mesmo esquece. E, as vezes, lembra, subitamente, quando olha pra alguém ou sente um cheiro.
 Embora tão previsível a nossa vida, o bom é que a sorte e o dedo de Deus podem mudar cada segundo e nos dar e tirar varias lembranças.
 O que vale é não temer.
 É dar tchau só quando estiver pronta pra ir embora.
 Não atropelar os sentimentos de ninguem.
 E prestar muita atenção, que o nosso coração está sempre nos dando uma dica.
   Arlene Oliveira


Eu andava mesmo colecionando derrotas e me mantinha em black e White, talvez para me defender das cores todas.
 Bastou um olhar seu, para colorir meu eu.
 Eu não estava acostumada com essa felicidade toda. E fugi. Fugi com medo do que você já estava me fazendo sentir e das cores que você colocou em mim, com aquele olhar rápido de quem está procurando alguém pra fixar a vista.
 Mas sempre me disseram que amor e dor não rimam por acaso e que olhares assim- como o seu- enganam corações fechados.
  Quando o amor quer acontecer, ele brinca com a gente. Primeiro é essa falta de palavras e o receio que a gente tem, antes do começo, do fim. Com nós dois, não foi diferente. Lembro de você, todo decidido, vindo falar comigo, e eu, na defensiva, não consegui olhar os seus olhos.
 Você não conseguiu desistir de mim e eu, sentia, loucamente, que não deveria afastar você.
 Todo o meu recuo e a sua coragem, foram nos aproximando, e nós, nos apaixonando.
 Olhando assim, daqui de fora onde estou, o amor não acontece de repente, talvez por acaso, mas sim, gradualmente, é como uma fogueira que você vai colocando lenha, no começo só para ver crescer e, depois, pra manter acesa.
 Eu fui me livrando da minha 'exitação' e nós dividimos os nossos sonhos.
 Existem amores que foram feitos pra durar.
 Cada palavra que você me dizia, era como se fosse álcool para aquela fogueira (lembra?).
 No começo eu achava que você mentia pra mim, mas você era e é sempre tão sincero.
 Tem gente que acha que a gente não deve mudar por amor. Pois, eu, mudei sim por você. Perdi todo o meu medo de me machucar, de perder o ar, de me arrepender e de colorir as coisas.
 Você me faz bem.
 Você me leva aos extremos.
 E, sempre que lembro do começo, do seu olhar, eu sei que, sim, só pode ter sido mágica.
 Duas vidas podem se tornar uma, sem deixar sonhos para trás e abafar vontades.
 E quando você me beija, me abraçando e me amando na sua respiração, é que tudo muda de cor. Você sabe perfeitamente que o contato dos corpos tem que ter calor, respiração e olhares.
 E eu não tenho medo de te perder.
 O medo é a falta de magia.
 E com você, meu amor, isto é inutil.
 Eu gosto da claridade de estar com você.
 Gosto do seu abraço quente e calado.
 Da sua sinceridade, quando diz que quer passar uma tarde sozinho e o outro dia comigo.
 Gosto da purpurina e das cores da nossa historia.
 Eu gosto, amor, de você ter me libertado.
 Da ausência de dramas e dores.
 Que algum dia doa, mas que antes, arrepie, despentie, taquicardie...
 Afinal, a vida é isso, uma coleção de lembranças.
    (Arlene Oliveira )


Sobre bares e esquinas
Eu tenho plena certeza de que foi você, de que era sua, a respiração do outro lado da linha.
 Parei naquela esquina, pronta pra virar a rua impedida pela faísca de sua presença em minha vida. Aí foi a minha vez de parar você, na porta do bar do esquecimento, te presenteando com a minha respiração.
 Certamente ganhamos, os dois, viagens. Seja uma rápida pela madrugada em que você chorou no meu colo e tentou ser sincero assumindo ser fraco diante da minha força, ou talvez, um tour, ao nosso redor, no passado mais distante que temos agora, uma tarde vendo filmes sobre pequenas bees.
 Sabe o que me custa um sonho? Um dia sem paz.
 O dia que sucede o sonho é ausente de coração tranquilo.
 Eu desço até a cozinha, bebo um copo d'água empurrando goela abaixo, a cada gole, uma parte do teu adeus.
 Vou até a sala, ligo a tv, talvez eu pudesse rir e esquecer, mas o programa que está passando me trás, em caixa alta, a falta que você me faz.
 Ir até a rua não me ajudaria. As pessoas todas se parecem com você.
 Então eu volto pro meu aconchego e então, ali, eu tenho você outra vez, de olhos fechados.
 Afinal, você está aqui o tempo todo amor, basta que eu te imagine.
  (Arlene Oliveira)

Você me deixou sozinha. O gosto do abandono ainda está aqui. E cada vez que me perguntavam, eu inventava uma historia. Não me transformei na que colocou o ponto final, mas diminui o tamanho do teu desprezo ao me deixar, sem ter coragem de olhar nos meus olhos e falar que estava indo embora. Você me fez interpretar as suas costas e o seu silêncio.
 Eu não te perguntei o que você tinha feito com o nosso amor. Teria sido me humilhar demais falar algo, afinal, eu choraria, portanto, engoli em seco.
Estralei os dedos, olhei as minhas unhas,te beijei mais uma vez pra não esquecer o gosto que você tinha, e só então, eu percebi que não conseguiria manter-me resistente. Eu desmoronei. Não tentei fingir que não estava com dor e medo e falta já.
 Você em mim é maior que o meu controle sobre a parte que quer você.
(Arlene Oliveira)

Acordei bem tarde e desejei dormir mais, a unica coisa que nos resgata do belo sofrer que a gente da de comer.
 O dia não me prometia nada, e eu, ainda sonolenta, me senti pesada. Como se eu tivesse, durante todo esse tempo, acumulado sentimentos, abandonos e palavras em mim. E isso só pesou insuportavelmente, hoje.
 Caminhei tonta a manhã inteira, de um lado pro outro em busca de algo que talvez diminuísse a minha agonia.
 Pensei em tudo que me deixou assim, lembrei de coisas que o amor me deu e, dolorida que estava, adormeci outra vez.
 Como se tivesse pedido a Deus, - Ele sabe de todas as coisas- tive tudo que precisava. Um esvaziamento de alma. Revigorando forças.
 Hoje eu renasci. Diminui a minha carga. Mergulhei no velho e ressurgi no novo. Perdi o ar. Achei o ar. Me libertei. A piscina da minha vida, me trouxe a tona- OUTRA VEZ-.
   (Arlene Oliveira)

Sempre uma pessoa sofre. Não existe essa de "se o amor é verdadeiro não existe sofrimento", porque amor, embora seja dois corpos, antes disso é um.
 E quando se ama e não é amado? O amor só é verdadeiro se for correspondido?
 O amor é um sentimento que você dedica a alguém, se ele volta pra você ou não, não importa, ainda assim, sairá de você.
 O amor é benigno, sim, o amor se alegra com o ser amado feliz e entristece-se, ao mesmo tempo, com o ser amado feliz- SEM A SUA COMPANHIA-.
 E quando se é correspondido o sofrimento existe também, porque sozinhos temos problemas, juntos apenas dividimos.
 Com dor ou sem dor, verdadeiro ou não, não temor que temer o amor. Nós somos o próprio amor.
 E a nossa vida será sempre essa: amar.
(Arlene Oliveira)

Existem ao redor dos meus pés, correntes que eu mesma coloquei . São correntes de medos, pudores, receios e amores.
 Eu folgo ou aperto, mas ainda não as tirei.
 Um dia eu pulo fora, pra saber como é viver aqui.
  (Arlene Oliveira)

Eu permiti, por um longo tempo, que você fosse o motivo da minha tristeza e falta de amor próprio. Mas a culpa não foi sua. Você não tirou de mim nada que fosse meu, você apenas levou consigo, tudo que me deu.
Eu sou feliz sem você, mas não é a mesma felicidade. Entende?
  Arlene Oliveira
    Para Arlone
A saudade dói feito dor de cabeça.
Quando você pensa nela, pinica e martela.
Quando finge que esquece, amansa e adormece.
   (Arlene Oliveira )
Essa noite eu queria sonhar com você.
 Um sonho bonito, daqueles que a gente acorda com dor por dentro por saber-se sonho.
 Nele, você só por saber que eu me sinto mais segura assim, beijava minha testa antes de mais nada. E dizia que me ama, embora não esteja na minha estrada.
 Você prometia estar sempre por perto, e no final, me abraçava bem forte- aquele abraço quente, apertado, que leva a gente pra um outro lugar qualquer- e eu não sentia clima de despedida. A gente se amava, pra que a lembrança mais duradoura fosse a do prazer humano de dividirmos a cama.
 Afinal, eu amo você e o que você me proporciona-ria-va.
Arlene Oliveira

Em cada gesto meu revivo um instante seu, porque com você fui eu. E isso me dói toda vez que bocejo ao acordar ou quando jogo água pra cima no banho.
 Você está em mim, sempre que acordo no meio da noite para beber água, porque eu continuo sendo do mesmo jeito de quando tinha você.
 E sempre que o meu celular toca eu é quem vibro (em vão) achando que poderia ser você.
 Eu não sonho com você, eu vivo você. Os sonhos são demonstrações do inconsciente não é mesmo? Acontece que você está no meu consciente.
 Não acho que haja culpa nessa historia. Talvez nós dois erramos, acertamos ou simplesmente, o fim chegaria de qualquer maneira. Eu vivi os meus caprichos e você tentou se libertar de velhas prisões. Porém, os meus caprichos não me acorrentaram e nem me pediram pra voltar.
 Não pense que a vida acabou.  Nós somos preparados – ou não- pra o fim das coisas.
 Às vezes eu fecho os olhos, escuto uma música e você dói em mim outra vez. Eu sinto você, vindo em minha direção naquela rodoviária de promessas, você segura minha mão, com sua bolsa de trabalho do lado, e eu, perdida que estava me encontro quente no afago da tua mão. E o nosso final de semana, melhor não poderia ser, nós dois, num quarto de hotel, guardando olhares e fabricando lembranças pra mais tarde curtir a dor.
 Sinto como se o tempo não tivesse passado. Eu fui capaz de colocar teu nome na frente do meu,  porque antes de ser eu, me tornei o amor que sentia por você.
 Falei varias vezes ao meu coração que não amaria mais ninguém. Que não me arriscaria outra vez. E que a minha chance do final feliz já tinha passado.
 Mas um dia a gente se pega amando um outro alguém, pra perceber que não se ama uma vez só.

  (Arlene Oliveira)



O meu sonho é dizer eu te amo para alguém, sentindo dores de medo de me arrepender, tremendo de nervoso por estar  perto dele, os olhos brilhando pelo carinho dele, coração acelerado do querer, e, ouvir calmamente, inacreditavelmente “Eu te amo mais, meu amor”, e não sofrer, jamais, por isso.
Arlene Oliveira

Amar você é o que me liberta por dentro.
É essa fome de outro amor assim que me empurra para a vida.
 Saber se há amor outra vez pra mim, uma chance extra, um bônus, uma historia incompleta para eu completar, é isso que me empurra para a beira daquele abismo que nós saltamos para dizermos que a nossa vida é boa.
 Não sei se saltarei outra vez.
 Talvez eu já esteja do outro lado do abismo.
 Saltei por você.
Estou aqui, na verdade, esperando você perceber a minha falta e voltar pra mim.
 Você está em mim e eu não tenho anticorpos suficientes para expulsar você.
Eu não sei se sinto a sua falta sozinha, não sei se eu também te fiz sofrer, a única coisa que eu sei, é que eu ainda sofro por saudades de você.
 O meu problema é não usar o ponto final pros fins.
  (Arlene Oliveira)

"As coisas que eu sei sobre você
 De tudo que eu ainda lembro, o que mais me dói é saber que essa cicatriz resiste ao tempo e que eu vou sempre sorri quando lembrar os seus olhos cansados e o seu fungar de nariz.
 É na minha falta de lucidez ao rever, a cada pensamento, o jeito como você ajeitava os óculos apressado no rosto, e como você pegava em minha coxa (apertando sem olhar) e o fato de você ligar a TV sempre que acordava, a sua falta de romantismo comum e o seu jeito de me agradar com frases feitas- por você-.
 Saber que vou sempre sonhar com mínimos detalhes seus e acordar, desnorteada de vontades, sentido como se estivesse passado a noite com você e participado da sua performance  atrapalhada.
 Eu- ainda que mofe, estrague ou desbote- jamais vou deixar de voltar aqueles dias, em que nós dois, destemidos e de peito aberto, vivemos tudo de melhor que havíamos imaginado.
 E o carinho que havia no seu olhar, quando tímido me chamava de meu amor, era tão real que eu saía do chão.
 É das lembranças que você me deixava sempre que eu sinto mais saudades. Como as suas mãos sem pouso durante o beijo ou o seu jeito de não conseguir tirar a minha roupa.
 Não muito tempo atrás, assim, no meio da madrugada, a minha cabeça estava encostada em seu corpo, e nós tão tranqüilos, como se nada nos fosse tirar a paz.
 Te da sua incerteza e do seu jeito de me fazer entender sem dizer uma palavra, eu insisto em ter saudade.
 Da sua insensibilidade quando não entendia o que eu estava sentindo, da sua frieza nos torpedos, do jeito como me tocava, como me desejava num olhar e da sua sinceridade quando assumiu sua fraqueza e que não dava pra continuar.
 Você me faz falta. A falta de gritos e fotos não me incomodam.
 Você foi a primeira voz que falou ao meu coração e o que dizem sobre você, são só maldades meu amor.
 Eu juro que não há esperança- pelo menos não tanto quanto antes- é só esse desejo de madrugada, e essa ausência de mãos e corpos.
 As pessoas acham que eu ainda amo você.
-E TALVEZ TENHAM RAZÃO-"
  (Arlene Oliveira)
No começo do fim uma dos negra consumia cada parte de mim. Os meus olhos doíam por te ver, os meus ouvidos por te ouvir e o meu coração por te amar- ainda-.
 E o tempo, tão bondoso sempre, foi tirando de mim, aos poucos, cada pequeno sentimento que estava me roubando de mim.
 Primeiro foi o odio, por você ter me deixando, depois da valsa eterna que dançamos juntos, e logo em seguida o desprezo, ou a tentativa. Lutei para ignorar cada lembrança sua, em vão, eu não escolhi(a) esquecer.
 E por fim, a saudade.
 Saudade é o que resta (independente do abandono) quando você ignora as chances de se manter longe, em se tratando de amor, algo que te fez uma marca.
 As marcas não se escondem.
   (Arlene Oliveira)

As lembranças de você vivem vindo a minha cabeça. Como naquela manhã que acordei e continuei deitada. Eu poderia descrever com perfeição até mesmo o cheiro que você tinha- naquele momento- mas você não estava ao meu lado na cama, você estava dentro de mim, em minha imaginação. Por um momento, o instante em que pensei que fosse real, eu senti você... Beijei sua boca doce e recostei minha cabeça no espaço entre seu ombro e o pescoço. Só depois de consumir você, é que eu olhei bem fundo nos seus olhos pequenos, e consegui, com bastante esforço, te dizer: "Você nunca foi real." E eu me virei na cama, estava só.
                  (Arlene Oliveira)





 Passei um longo tempo com os olhos fechado, tentando lembrar seu gestos, suas palavras nossos momentos. 
 Revivi cada detalhe da ultima vez em que estivemos juntos. Você não me prometeu mais nada, e eu calei. Já sabia que era o ponto (final) da historia. Apenas sofri, como quem está se despedindo de algo que foi bom o suficiente para deixar uma marca.
 Você segurou o meu rosto com as duas mãos, como quem está prestes a dizer algo, olhou nos meus olhos com o olhar de sempre- perdido e doce- e antes que me dissesse algo, eu é quem te beijei. Te beijei por medo do que me diziam as tuas mãos em meu rosto.
 E aceitei que acabaria ali. Eu aceitei, pq eu já estava vivendo um bônus de uma historia que tinha que acabar.
 Na nossa despedida não nos beijamos, nós nos abraçamos, dizendo, sem palavra alguma, que um sentimento sobrevive a corpos separados e junta-os, algum dia, talvez.
 Eu chorei. Sem você ver. Queria fazer aquele adeus parecer natural. Fui subindo no ônibus, deixando para trás, a cada degrau, tudo de eterno que eu havia conhecido.
 E até hoje a ausência de drama daquela manhã cinzenta incomoda. Eu vivi o drama sozinha, não quis chorar, gritar ou te pedir pra ficar, achei melhor deixar você ir.
 Afinal, nada disso te traria pra mim . Você precisava arrumar a bagunça que eu fiz em sua vida.
 E eu vivi um grande amor.
 Abri os olhos, secos, sem lágrimas. Apenas o rancor ficou. Você não me faz chorar, não mais.
      (Arlene Oliveira)


A beleza daquela borboleta pairando na altura do meu calcanhar não foram suas acrobacias, a sua cor ou o seu bater de asas apressado. O que me impressionou naquilo tudo foi a semelhança da borboleta laranja comigo.
 Foi o vôo baixo dela, quando poderia , com toda liberdade, ganhar os ares. A capacidade de transformação daquele ser, que apesar de ser varios, é um.
 Ela, assim como eu, estava vivendo no baixo, sem fazer barulho e esforço, apesar das forças das asas.
 Aquela borboleta pré-voando, me mostrou a intensidade da pré-vida que eu estou levando.
 E eu quero alcançar os céus, alçar vôos que cansem as minhas asas de borboleta laranja. 
E que as minhas asas não impeçam meus pés de tocarem o chão.

                                                                         (Arlene Oliveira)

Levantei-me no meio do dia, ainda tonta, confusa por aquele beijo de ontem. Evitei pensar, fiz muito esforço para não lembrar. E a cada passo em direção a água que aliviaria minha garganta seca, uma palavra sua me vinha a cabeça. Aquela sua mão extravagante e aquele encostar de corpos que precedeu o beijo. O seu “Eu te amo” meio fora de moda e o meu olhar embriagado de ansiedade pelo que viria depois do beijo. Não disse nenhuma palavra. Eu já conhecia o final da historia. Dela eu queria apenas mais uma lembrança do prazer puro de estar com você- na cama-. E finalmente, você aproximou a sua boca da minha, com os olhos bem abertos avaliando as minhas reações. E o beijo aconteceu. Aquele beijo que substituiria  três orgasmos, de tanto prazer. A sensação de sermos um só- euevocê- e as suas mãos que não paravam de dizer  “Quero você! Quero você!” .
 A minha sede aumentou, e continuei apenas com essa pequena lembrança, e o rancor daquele teu beijo prometendo algo mais. Daquele calor corporal que durou muito mais do quê o instante em que me beijou.
 Eu continuo querendo você, e, você apenas continua na minha memória.
 Existem desejos que jamais serão saciados.
  Ou não.
         [Arlene Oliveira]

Eu queria muito me apaixonar por alguém, e passar horas pensando naquela pessoa, dormir imaginando como seria se/quando ele fosse meu. Não tenho medo de sofrer,  não que eu já tenha sofrido o suficiente, apenas sei que os meus sofrimentos são nada mais do quê o que eu mereço e suporto. Eu cansei, assim por dizer, de “pequenos” amores, de felicidade passageira e sim, cansei de ser desejada ao invés de amada. Eu não queria estar nesse mundo, e participar dessa nova brincadeira de amor, eu não gosto de brincar de amor. Eu pensei que o que tinha vivido  tivesse sido amor, e agora, passo horas tentando me convencer de que não era amor, pois se era, já perdi minha chance, acredito em apenas um amor ofegante, os demais são tranqüilos.
E já até eu estou me perguntando o porque de todos estes pensamentos, anseios e sentimentos por escrito, e deparo-me com a minha atual realidade: eu estou sozinha, e minha liberdade e solidão não conversam comigo. Eu posso pensar sozinha, porém não sei se isso me basta, eu quero falar e não pensar.
Eu estou ouvindo Detalhes, na voz de Maria Bethania, e a música conversa comigo... Eu já entendo um pouco a minha estranheza. Lembrar de uma pessoa que passou por minha vida, ao ouvir esse tipo de música não é anormal, e não significa nada, já que eu tenho memória, só memória não amor as lembranças, é humano não emocional.
Eu não estou tentando me dizer que não gosto de ninguém, eu só não quero acreditar nisso. Eu preciso ser feliz.
Das mais difíceis situações eu me safei, sim, eu sei reconhecer que não só de momentos ruins é feita a minha vida, o problema é que eu não quero sair de situações difíceis apenas, eu quero estar em situações que não queira sair. Eu quero estar apaixonada, quero estar tão feliz ao ponto de nem conseguir dormir, quero ter tanta pressa pra ver alguém que não tenha paciência nem para tomar banho direito...
Sou feliz com as coisas e pessoas que tenho, agradeço sempre a Deus, não sou ingrata não, sou apenas insaciável, admito.  As vezes eu fico pensando, o porque de tanto e tão pouco ao mesmo tempo na minha vida, e eu não tenho resposta nem opiniões, porque eu sou uma só.
Não venha me dizer que sou egoísta, que não sei pedir conselhos, nem falar de mim por inteiro a outra pessoa que não meu eu, eu já sei disso.  Eu me espatifo na minha imagem a cada vez que me olho no espelho, e tem umas poucas vezes que eu me aprecio e me admiro, porém, tem dias que eu me repudio, acho que isso é normal, afinal de contas, eu tenho meus dias bons e ruins não só com os outros, mas comigo mesma também.
E isso não se trata apenas de mim, é uma situação geral creio eu, eu não estar com ninguém, e estar querendo me apaixonar é extremamente  explicável, não significa que eu não sou merecedora de um amor, apenas que eu ainda não o achei ou talvez não me permitir.
Estou me sentindo confusa, estou falando de amor não é mesmo? E eu falei que já senti algo que eu espero não ter sido amor, certo? Esqueci de falar que não foi apenas uma vez, e esqueci de dizer a força com quê senti. Da primeira vez,  eu não me entreguei, não disse eu te amo  e nem fiz juras de amor, provei do amor mais puro quanto nunca mais terei oportunidade, e da segunda vez, amei loucamente, fiz juras de amor, disse eu te amo todas as vezes que tive vontade e sim, foi um amor pervertido, cheio de desejos e intensidade, e tão dolorido quanto nunca pensei que fosse. E antes que eu esqueça, não sei qual dos dois foi mais amor, ou qual dos dois foi amor, sinto que não saberia escolher um pra continuar a viver agora, porque eu” quereria” os dois sem sombra de duvidas, posso ser sincera aqui, já que essa é uma conversa particular com o meu eu solitário.
Não saberia o que fazer em relação a esses amores passados, por isso escolhi esquece-los e ir em busca de outros, ou esperar que outros me encontrem, afinal, como o nome do cd de Luiza Possi  diz “Bons ventos sempre chegam”. Estou disposta a viver um amor tão inteiro como nunca imaginei, e eu seria feliz. Não é egoísmo querer ser feliz!
E eu não estou triste, apenas parei a pensar. Espero que a minha felicidade esteja em algum lugar perto de mim e que a encontre o mais breve possível.
  Depois eu penso mais um pouquinho.
 (Arlene Oliveira)