domingo, 3 de abril de 2011


Em cada gesto meu revivo um instante seu, porque com você fui eu. E isso me dói toda vez que bocejo ao acordar ou quando jogo água pra cima no banho.
 Você está em mim, sempre que acordo no meio da noite para beber água, porque eu continuo sendo do mesmo jeito de quando tinha você.
 E sempre que o meu celular toca eu é quem vibro (em vão) achando que poderia ser você.
 Eu não sonho com você, eu vivo você. Os sonhos são demonstrações do inconsciente não é mesmo? Acontece que você está no meu consciente.
 Não acho que haja culpa nessa historia. Talvez nós dois erramos, acertamos ou simplesmente, o fim chegaria de qualquer maneira. Eu vivi os meus caprichos e você tentou se libertar de velhas prisões. Porém, os meus caprichos não me acorrentaram e nem me pediram pra voltar.
 Não pense que a vida acabou.  Nós somos preparados – ou não- pra o fim das coisas.
 Às vezes eu fecho os olhos, escuto uma música e você dói em mim outra vez. Eu sinto você, vindo em minha direção naquela rodoviária de promessas, você segura minha mão, com sua bolsa de trabalho do lado, e eu, perdida que estava me encontro quente no afago da tua mão. E o nosso final de semana, melhor não poderia ser, nós dois, num quarto de hotel, guardando olhares e fabricando lembranças pra mais tarde curtir a dor.
 Sinto como se o tempo não tivesse passado. Eu fui capaz de colocar teu nome na frente do meu,  porque antes de ser eu, me tornei o amor que sentia por você.
 Falei varias vezes ao meu coração que não amaria mais ninguém. Que não me arriscaria outra vez. E que a minha chance do final feliz já tinha passado.
 Mas um dia a gente se pega amando um outro alguém, pra perceber que não se ama uma vez só.

  (Arlene Oliveira)

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