quarta-feira, 20 de julho de 2011




Eu me refiz mil vezes, me adaptei a cada situação e fui me diminuindo. 
Eu sou o furo do meu sutiã favorito, sou essas palavras rabiscadas nesse caderno que serve como diário.
Eu sou a cólica que sinto todo mês, sou a palavra amarga de quem me ama e me machuca. 
 Sou uma formiga desesperada tentando sair do circulo de detergente. Sou um pássaro preto tentando fugir da gaiola, e sou também o que voa livremente.
Sou aquele texto triste que li e relacionei comigo.
Sou a paixão que confundi com amor e o amor que vivi como paixão.
Eu sou o meu grito a beira do Ipiranga que corre aqui dentro de mim. Sou a lagrima triste e a alegre que escorrem dos meus olhos.
Sou o cheiro do meu perfume favorito, sou o meu quarto arrumado e desarrumado cada semana de um jeito diferente.
Sou um rio.
As vezes eu nado em mim, eu flutuo em mim, outras vezes me afogo e me jogo uma boia, outras, eu curto a água transbordando aqui e a falta de ar me invadindo, e tem momentos ainda, que eu simplesmente prefiro ficar as margens.
Eu sou feita de extremos.
Sou cheia de momentos.
Escondo a minha fragilidade quase sempre, exceto quando cuspo toda ela.
Eu sou uma a cada dia. Todas as noites, antes de dormir, dou adeus aquela que adormecerá.
  
                             (Arlene Oliveira)

1 comentários:

alda disse...

orgulho da mamãe
TE AMO THUBIGA!

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