segunda-feira, 30 de maio de 2011

       


Eu caminhei por varias ruas, sem fixar o olhar em nada, repetindo silenciosamente "Seja superior, não aceite". Em nada adiantou.
Não tive forças para me impedir de te mandar um torpedo seco, com aquele tão somente "sim".
 Você não mudou nada, devo comentar. Continua andando meio torto, balançando o corpo todo, o seu olhar ainda está cabisbaixo, como se toda felicidade fosse pouca ou se só metade sua estivesse ali.
 E, não posso esquecer das suas mãos, você ainda as encosta em mim sem saber até onde ir.
 Achei que não conversaríamos mesmo. Nós 'malmente' conseguimos nos olhar.
 É como quando a gente está com tanta sede, que bebe água com os olhos fechados. Parece que é mais gostoso.
 Você me abraçou, e , sem dizer palavra alguma, desabotoou os botões do meu vestido marfim tomara que caia. Me afastou de você para olhar meu corpo, e com um olhar que diz "Saudade de te chamar de minha", beijou cada curva, acariciou cada detalhe, enquanto eu, saindo da minha paralisia nervosa, tirava tuas roupas, tentando, em vão, demonstrar frieza diante de você.
 Não deu tempo chegar até a cama, você me ergueu presa ao seu corpo, me encostou numa bancada daquele quarto que parecia ser seu, e ofegante, num movimento que vai e vem- como você- me fez sentir como é bom, atrapalhado e breve estar com você. Foi só isso.
 Você não foi capaz de me dizer uma palavra. Os nossos corpos se combinam, mas nós não falamos mais a mesma língua.
 Talvez o nosso prazer fale mais do que qualquer palavra bonita.
 Sejamos sinceros, você gosta de olhares, já eu, prefiro as palavras, e você nunca foi muito bom com elas.
 Você sempre preferiu dar um abraço apertado, a dizer um "eu te amo" ,amarrado.
 Sendo assim, foi bom e foi o fim. Adeus.

               (Arlene Oliveira)

1 comentários:

Beltrano disse...

Que sexo lindo!nem parece que é de gente mesmo!^^
brocou lene.

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