domingo, 3 de abril de 2011


Levantei-me no meio do dia, ainda tonta, confusa por aquele beijo de ontem. Evitei pensar, fiz muito esforço para não lembrar. E a cada passo em direção a água que aliviaria minha garganta seca, uma palavra sua me vinha a cabeça. Aquela sua mão extravagante e aquele encostar de corpos que precedeu o beijo. O seu “Eu te amo” meio fora de moda e o meu olhar embriagado de ansiedade pelo que viria depois do beijo. Não disse nenhuma palavra. Eu já conhecia o final da historia. Dela eu queria apenas mais uma lembrança do prazer puro de estar com você- na cama-. E finalmente, você aproximou a sua boca da minha, com os olhos bem abertos avaliando as minhas reações. E o beijo aconteceu. Aquele beijo que substituiria  três orgasmos, de tanto prazer. A sensação de sermos um só- euevocê- e as suas mãos que não paravam de dizer  “Quero você! Quero você!” .
 A minha sede aumentou, e continuei apenas com essa pequena lembrança, e o rancor daquele teu beijo prometendo algo mais. Daquele calor corporal que durou muito mais do quê o instante em que me beijou.
 Eu continuo querendo você, e, você apenas continua na minha memória.
 Existem desejos que jamais serão saciados.
  Ou não.
         [Arlene Oliveira]

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